Teologia e ciência

Abstract

O diálogo entre teologia e ciência se dá no nível da episteme própria de cada uma delas e no da vida pessoal do cientista e do teólogo. O embate de teologia e ciência acontece de longa data, mas compreendido de maneiras diferentes. Santo Tomás põe com clareza o problema da relação entre fé e razão e, concomitantemente, entre teologia e ciência. A modernidade trouxe virada importante em tal relação. Passou-se de uma teologia que pensava tudo saber, para uma ciência com a pretensão de dominar todo o real. Mais: avançou-se para o mundo da prática com o desenvolvimento da tecnologia com idêntica reivindicação de tudo poder fazer. Em face da ciência que tudo sabe e da tecnologia que tudo pode a teologia tem palavra a dizer a partir de sua fonte: a revelação. O diálogo torna-se mais viável no momento atual diante de uma ciência e de uma tecnologia que começam a perceber os próprios limites. E todas elas – teologia, ciência e tecnologia – conscientes de suas insuficiências, mas também de suas possibilidades, têm amplo campo de mútuo questionamento e enriquecimento.

Abstract: The dialogue between theology and science happens at the level of the appropriate episteme of each one of them and in the personal life of the scientist and of the theologian. The battle between theology and science has been happening for a long time but has different interpretations. Saint Thomas explains clearly the problem of the relationship between faith and reason and concomitantly between theology and science. Modernity brought an important turn about in that relationship. We went from a theology that thought it knew everything to a science that had the pretention to control reality. And more: we advanced towards the world of practice with the development of technology that had a similar claim of being able to do everything. In the face of the science that knows all and of the technology that can do all, theology has a word to say from its source: the revelation. The dialogue becomes more viable at the present moment with a science and a technology that begin to perceive their own limits. And all of them – theology, science and technology – are aware of their insufficiencies but also aware of their possibilities and have a broad area for mutual questioning and improvement.