A ambivalência política da religião popular
DOI:
https://doi.org/10.29386/reb.v54i214.2689Abstract
“Entre Cristianismo e Revolução não há contradição”, dizia o slogan sandinista. Penso que hoje não há dúvidas sobre isso, pelo menos no que concerne à vertente da Teologia da Libertação. Não há, porém, igual acordo quando se trata da dimensão política das religiões populares. Há quem veja nelas (em geral depreciativamente qualificadas como religiosidade popular) apenas alienação ou, na melhor das hipóteses, formas religiosas incompatíveis com a racionalidade de um projeto político de transformação social; nesta perspectiva as religiões populares seriam toleradas como práticas e crenças de ordem subjetiva, mas não como componentes de um processo revolucionário. Já noutro pólo há quem as considere formas religiosas próprias aos oprimidos e com as quais eles podem construir até mesmo um projeto revolucionário próprio...
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