v. 75 n. 299 (2015): Santos e beatos do Brasil

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Apresentação

Um belo convite a Você, leitora/or, das proposições contidas neste fascículo da REB! Revisitar o jardim de santidade que o Espírito Santo fez florescer no Brasil e que aponta para a “marca” de Jesus na singularidade da personalidade e do carisma espiritual de cada santo ou bem-aventurado santo/a bem aventurado/a – na bela expressão de Felipe Sérgio Koller, inspirado em Bento XVI.

“Santos e beatos do Brasil” é o realce deste fascículo. É um título indefinido, pois, evidentemente, não será possível, aqui, visitar a todos. Nem todos são, estritamente falando, “do Brasil”. Também há visita a santos “no Brasil”. E, trata-se de uma amostra.

Ao trazer este itinerário como proposta de percurso evoca-se uma das características mais expressivas do catolicismo brasileiro: santoral e devocional. Isto, evidentemente e de modo particular, valendo para o tempo do Brasil-colônia. Mas, também evidentemente, não como exclusividade daquele tempo. Pois, esta característica, que se constitui numa riqueza cultural-religiosa, é ao mesmo tempo conservada e recriada. Torna-se tradição. Por ela, no universo da religião, da devoção, das liturgias etc. projeta-se o ser humano, individual, social, cultural e religioso, em suas esperanças e tristezas, alegrias e dores.


O próprio Felipe Sérgio Koller, mais Thiago Rodrigues Tavares, Ivanaldo Santos, Rogério Luiz de Souza, Raquel dos Santos Sousa Lima e Ernando Luiz Teixeira de Carvalho verbalizam a riqueza deste dinâmico jardim a partir do olhar dos visitantes e, por sua vez, sempre evocativo do convite de Deus a cada pessoa.
É uma tradição brasileira, com fatores e acentos próprios; mas ela também pertence ao Povo de Deus, que sempre a recriou e continua a reinvetá-la. E hoje, dada a rápida e profunda evolução da história humana e o caminhar da própria Igreja nesta mesma história, particularmente após o Vaticano II, abre sempre mais caminho o fato e a necessidade de se entender a figura dos santos e bem-aventurados como exemplos de vida evangélica, de se redizer em linguagem adequada aos tempos atuais sua experiência de fé, humanamente situada. E isto, para que, através deles e neles, se admire o agir de Deus na história de nosso país e dos povos.

Maria Clara Lucchetti Bingemer, por seu turno, também evoca uma pessoa admirável, por ocasião dos 60 anos de sua morte e num pool de revistas teológicas latino-americanas promovido pela Comissão Teológica Latino-americana da ASETT/EATWOT. Esta pessoa é Teilhard de Chardin, um sacerdote, cientista e místico, que, de modo profético, expressava sua comunhão com o universo. Sua memória vem bem a propósito da Encíclica do Papa Francisco sobre ecologia, Laudato si’.

Em seguida e evocando os 50 anos de conclusão do Vaticano II, José Aparecido Gomes Moreira, reapresenta a memória de um historiador que levantou muita polêmica, também com sua interpretação do Concílio de Trento. Tomando conhecimento dela, pode-se concluir que, se nem sempre propósitos de matiz evangélica se concretizam, permanecem, contudo, como constante convite para serem buscados, também em outros contextos históricos.

Prosseguindo na esteira do diálogo, poderíamos dizer, em que se admite a diversidade de expressões da mesma e fundamental busca humana, Leo Pessini partilha, em forma de reflexão, sua experiência com os temas “religiões e bioética”, na Ásia, especificamente a partir da China, com sua milenar tradição.

E, finalmente, o exercício da busca e do diálogo, no interno da Igreja católica e às vésperas do Sínodo sobre a família, a respeito de planejamento familiar. Um diálogo entre diversos setores da Igreja, à luz do Evangelho e nas mais diversas realidades humanas.

Elói Dionísio Piva ofm

Redator

Publicado: 2015-08-14

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