Vol. 55 N.º 219 (1995): Protagonismo leigo

					Ver Vol. 55 N.º 219 (1995): Protagonismo leigo

Evangelizada, evangeliza! Eis a razão de ser da Igreja. Proclamar Aquele que, com amor eterno, a amou primeiro, constitui-se na identidade que a define. Por isso, não pode deixar de anunciar a Jesus Cristo, portador da plenitude da Vida e, portanto, Libertador do pecado. Não se cansará de celebrá-lo e de convidar todos os seres para este louvor. Não se cansará de buscar meios eficazes, no Espírito Santo, para que o Seu Reino se manifeste, renovando a face da terra.

É justamente em função desta missão que os batizados, constituídos em Povo de Deus, nos entendemos como um povo ministerial. Evangelizar: eis o ministério – glória do Senhor, porque promotor da dignidade humana.

Contudo, organizar este serviço e adequá-lo sempre de novo às variáveis circunstâncias histórico-culturais dos tempos e dos lugares é um dos desafios permanentes, manifestado em Planos de Evangelização, em Congressos Missionários.

É em função disto e fundamentado em recentes pronunciamentos da Igreja Universal e Latino-Americana, que Dom Aloísio Lorscheider, embora em forma quase embrionária, propõe a criação de uma conferencia nacional de cristãos leigos, como uma forma de, em comunhão eclesial, incrementar a missão evangelizadora da Igreja e de fortalecer a tarefa específica dos leigos no plurifacetário mundo de hoje.

Paulo Suess reevoca a figura de São Francisco, modelo de evangelizador. Como irmão menor, como irmão universal, como cantor da bondade do Criador em toda criatura, ele é uma brilhante e permanente luz também para o evangelizador de hoje.

E a religiosidade popular: continua sendo um veículo de evangelização para hoje? Observando-a através da devoção antoniana, Ildefonso Silveira mostra seu valor, caracterizado sobretudo por seu aspecto imediato, concreto, plástico, epidérmico, sensível de sua manifestação; pouco afeita a erudições intelectuais, provoca os intelectuais da fé por sua autenticidade.

Inegavelmente, a cultura urbana é um qualificativo da modernidade. Como se caracteriza? Quais as chances e os desafios que a cidade apresenta aos cristãos? Estas e outras perguntas, mais ou menos conscientes, estão hoje nos lábios de não poucos cristãos. Pedro Carlos Cipolini traz uma importante contribuição no debate para a inculturação urbana da evangelização.

Sendo o cotidiano da história humana marcado também por situações de conflito e até de violência, oportunamente Alfredo Bosi nos recorda o empenho de Domingos Barbé, para elucidar este aspecto desafiador, em vista de uma evangelização madura, que tem no Crucificado e Ressuscitado Aquele que assume em toda sua profundidade a história humana.

Nos diferentes contextos sócio-culturais de hoje e na velocidade da sua mudança, ontem, hoje e sempre, Jesus Cristo é o Evangelho do Pai. Importa, pois, aprender dele e com ele percorrer o caminho do serviço evangelizador. E o que nos lembra Antônio Alves de Melo.

Elói Dionísio Piva, ofm

Redator

Publicado: 2021-05-18