Interpelações do Cântico das Criaturas de Francisco de Assis à teologia atual
DOI:
https://doi.org/10.29386/reb.v85i331.6700Resumo
Comemorando o VIII centenário do Cântico das Criaturas – poema composto por Francisco de Assis –, nosso objetivo, aqui, é deslindar suas eventuais interpelações para a tarefa teológica hodierna. Graças à sua peculiar relevância, elegemos esse poema como um fecundo paradigma com respeito ao modo concreto de fazer teologia, em nossos dias. Pressupondo um hiato entre nossas atitudes e mentalidades e as do poverello de Assis, propomos o “estranhamento” como método epistêmico de abordagem entre nós e ele. Nesse intuito, ofereceremos, de início, uma análise de nossas posturas e mentalidades atuais com respeito às criaturas. Em seguida, perscrutaremos a singular atitude de Francisco para com elas, sobretudo, a partir de seu Cântico das Criaturas. No terceiro momento, discerniremos algumas das principais interpelações postas pelo Cântico das Criaturas às teologias atuais em sua tarefa de assumir com responsabilidade os desafios do tempo presente.
Abstract: Celebrating the eighth centenary of the Canticle of the Creatures – a poem composed by Francis of Assisi – our aim here is to unravel its possible challenges for today’s theological task. Thanks to its peculiar relevance, we have chosen this poem as a fruitful paradigm with regard to the concrete way of doing theology today. Assuming a gap between our attitudes and mentalities and those of the Poverello of Assisi, we propose “estrangement” as an epistemic method of approach between us and him. To this end, we will first offer an analysis of our current attitudes and mentalities with regard to creatures. Next, we will scrutinize Francis’ unique attitude towards them, especially from his Canticle of the Creatures. Thirdly, we will discern some of the main challenges posed by the Canticle of the Creatures to current theologies in their task of responsibly taking on the challenges of the present time.
Keywords: Canticle of the Creatures; Ecological turn; Anthropocentrism; Interaction; Care.
Downloads
Referências
BOFF, L. São Francisco de Assis: ternura e vigor. Petrópolis: Vozes, 1985.
KUHN, T. A estrutura das evoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1996.
LATOUR, B. Diante de Gaia. Oito conferências sobre natureza no antropoceno. São Paulo: Ubu Editora, 2020b.
LATOUR, B. Onde aterrar? Como se orientar politicamente no antropoceno. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020a.
LECLERC, E. Canto/cantico. In: CAROLI, E. (org.). Dizionario francescano. Spiritualità. Padova: Edizioni Messaggero Padova, 1983. c. 115-128.
LECLERC, E. O Cântico das Criaturas ou os símbolos da união. Petrópolis: Vozes, 1977.
QUEIRUGA, A.T. Repensar la revelación. La revelación divina em la realización humana. Madrid: Trotta, 2008.
QUIJANO, A. Colonialidad del poder y clasificación social. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (ed.). El giro decolonial. Reflexiones para uma diversidade epistêmica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre, 2007. p. 93-126.
QUIJANO, A. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, E. (ed.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2000. p. 201-246.
TAVARES, S.S. A “invenção” do antropocentrismo: uma abordagem decolonial. Perspectiva Teológica, v. 54, n. 2, p. 419-442, maio/agosto, 2022a.
TAVARES, S.S. Ecologia e decolonialidade. Implicações mútuas. Belo Horizonte; São Paulo: FAJE; Paulinas, 2022b.
TAVARES, S.S. Sinais dos espaços-tempos. O espaço-tempo como lugar teologal. Revista Eclesiástica Brasileira, v. 84, n. 3, p. 740-761, set./dez., 2024.
TEIXEIRA, C.M. (org.). Fontes franciscanas e clarianas. Petrópolis: Vozes; FFB, 2004.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Revista Eclesiástica Brasileira

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Os autores cedem os direitos autorais; como gratificação, a REB oferece dois exemplares ao Autor de um artigo.
A REB adere à licença não comercial (Creative Commons). Portanto, é permitida cópia, distribuição e exibição dos textos, respeitados os direitos autorais e citada a fonte de sua proveniência.