v. 79 n. 314 (2019): Evolução/Tradição

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O final e o início de ano litúrgico e/ou civil sugerem movimento. Movimento que projeta o amanhã e herda o ontem. Movimento que, seduzido pelo rumo, permite que se detecte o sentido. Movimento, proposição de desprendimento e de conservação do que se entende como chão vital. Movimento, cronos e kairós, opacidade e brilho. Movimento que não é, não foi e nem será novidade; sem deixar de sê-lo, no entanto. Movimento que articula evolução e tradição, vida e morte. Que abraça opostos e que, no entanto, provoca “curtos”! Por isso, digno de atenção teológica e sociológica, entre outras. Alguns autores aqui presentes assinalam e ressaltam o aludido dinamismo na atual conjuntura eclesial e social, envolvendo lideranças e a todos. Conforme as variantes, sempre variáveis, são-lhe atribuídas características, às vezes com implícito juízo de valor, como: modernismo, reacionarismo, inovação, conservacionismo, ousadia, medo, desapego, apego, pluralismo, monismo, evolução, estagnação, entre outras. Articulando estes e outros matizes, pode-se tecer uma conjuntura, ou seja, um entrelaçamento, que se revela harmonioso ou tenso, tanto no âmbito da sociedade global, como numa sociedade particular; tanto no inter-religioso, como no interno de uma igreja, como a Católica. E, principalmente, pode-se perguntar, com relação ao hoje: o que está em jogo? Ou seja, de onde se parte? O que é defendido e por que? O que se combate e por que se combate? Quais os interesses em jogo? O que se quer ganhar, ou até impor, e o que não se quer perder? Por que? Por esses e outros caminhos ou indicações, autores deste número incentivam o percurso de caminhos sócio-religiosos, teológicos e/ou espirituais, entre outros. E, no percurso, suscitam reflexão. Pode-se conferir com João Décio Passos, Emerson José Sena da Silveira, Rodrigo Coppe Caldeira e Victor Gama, na seção “dossiê”, dedicada à interação “evolução/tradição”.

A este vivaz e, por vezes, contrastante panorama sócio-eclesial, seguem assuntos igualmente importantes, como: um relato do evento e dos resultados do Sínodo Pan-amazônico, por Agenor Brighenti; a caracterização/distinção/apresentação de três paradigmas no decurso do Ensino Social da Igreja, com destaque para o atual, o do Papa Francisco, por Paulo Fernando Carneiro de Andrade; a controvérsia em torno dos “sem religião” no Brasil – se seriam tais ou se, antes, seriam uma expressão de pluralismo religioso, por José Reinaldo Felipe Martins Filho; a representação que José Comblin e Hugo Assmann se fizeram ao falar e escrever a respeito da missão dos leigos na Igreja católica e na sociedade, por Sávio Carlos Desan Scopinho (cuja “páscoa” foi tão rápida e inesperada!); a articulação e atuação dos bispos brasileiros na Terceira Conferência do Episcopado Latino-americano, em Puebla, um resgate após 40 anos daquela Assembleia, por Reuberson Ferreira e Ney de Souza.

Preciosos subsídios para o discernimento e, portanto, para a atuação evangelizadora. Por isso, agradecimento aos autores e votos de bons frutos a Você, caro/a leitor/a.

Elói Dionísio Piva ofm

Redator

Publicado: 2019-12-18