A Encíclica “Mater et Magistra”
DOI:
https://doi.org/10.29386/reb.v21i4.5414Resumo
A encíclica Mater et Magistra não é nem Rerum Novarum nem Quadragésimo Anno, e nem devia sê-lo.
A primeira aborda um terreno inculto, onde ela deve abrir uma larga avenida. Alinha, em batalhões cerrados, argumentos rigorosos. Demonstra: o direito de propriedade, o justo salário, o direito de associação, o papel do Estado, a intervenção da Igreja. Diz coisas novas, e é por isto que causa choque. Quer dependa de Proudhon, quer de Marx ou de Bakounine, o socialismo que ela refuta é violentamente ateu e revolucionário. O liberalismo que ela enfrenta tem a insolência da vitória. A economia liberal, no Estado liberal, apoiada na Ciência e no Progresso, deu a riqueza a quem lha pedia. Porém rebaixou a um proletariado que sofre e que ruge uma multidão de antigos rurais e de antigos artesãos. E é por isto que a Igreja aduz uma doutrina de paz social. Procura congregar, sob a égide da religião, aquêles que o mercado do trabalho opõe em situação de combate. A doutrina católica, pensa Leão XIII, pode inspirar associações que restabelecerão a fraternidade, na demanda de interêsses profissionais comuns. Apesar das rivalidades que os opõem, todos os pensadores católicos, de Charles Périn ao abade Gayraud, estão de acordo...
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