v. 72 n. 288 (2012): A 50 anos do Vat. II
No dia 11 de outubro de 2012, no marco-jubileu de 50 anos, a memória presencializa a abertura do mais inspirador evento eclesial do século XX: o Concílio Ecumênico Vaticano II. Evidentemente, o foco das atenções não está no passado, mas sim, a 50 anos daquele evento, ou seja, no hoje da experiência de fé da Igreja católica e do exercício de sua missão evangelizadora, iluminados pelas luzes daquele evento do Espírito. A partir e em função deste hoje, e deste hoje situado, em nosso caso, no contexto sócio-eclesial latino-americano, busca-se antiga e nova inspiração do Concílio, no exercício de articular sempre novas formas de compreensão e de anúncio da Boa Nova da vida em Jesus, anunciador do Pai, na força do Espírito Santo.
Em função deste impulso de fidelidade e renovação, neste fascículo é apresentada a oportunidade de:
Participar do permanente discernimento hermenêutico do Vaticano II; para isso e em função de uma Igreja agraciada e portadora da graça de Jesus Cristo nas mais diversas circunstâncias e modos de anúncio, Antonio José de Almeida aponta critérios básicos;
Seguir, com Francisco de Aquino Júnior, o percurso da Igreja dos pobres, que perpassou o Vaticano II e emergiu com evidência na eclesiologia e na práxis latino-americana, constatando sua relevância enquanto característica dos discípulos de Jesus Cristo;
Prosseguir, estimulados por Paulo Suess, na acolhida da proposta missionária do Vaticano II, avançando na opção pelos pobres/outros, na requalificação do laicato e na construção de uma Igreja universalmente articulada e localmente autóctone;
Perceber a natureza de uma Igreja una e pluriforme, que tem na sinodalidade uma marca de sua unidade e diversidade fundada na Trindade, marca da qual a colegialidade episcopal é uma das manifestações – Agenor Brighenti realça a importância desta afirmação conciliar;
Situar-se no contexto eclesial-teológico imediatamente anterior ao evento conciliar e constatar como algumas ideias-mestras que marcam a eclesiologia do Concílio eram então gestadas e formuladas, o que leva à noção de processo em muitos aspectos da vida eclesial – Antonio Luiz Catelan Ferreira sinaliza este contexto;
E Francisco Taborda dá conta do pleno reconhecimento também por parte da Igreja no Ocidente da ação do Espírito Santo na Eucaristia, um passo a mais na direção do consenso na fé e do ecumenismo.
A todos, fecundo benefício desta fonte!
Elói Dionísio Piva ofm
Redator