v. 45 n. 179 (1985): Libertação e Causa Indígena
A convocação de um Sínodo Extraordinário para o final de 1985 está provocando em todas as partes avaliações da caminhada da Igreja nos últimos vinte anos. Em razão disso publicamos algumas pistas de discernimento do teólogo chileno Ronaldo Muñoz: Nosso caminhar de Igreja nos últimos vinte anos.
Muitas são as expectativas que cercam tal evento eclesial: será o Sínodo Extraordinário uma tentativa de reler o Vaticano II à luz do Vaticano I ou será um reforço de suas principais intuições para preparar a Igreja do segundo milênio? O conhecido historiador Giuseppe Alberigo presidiu um trabalho neste sentido no Instituto para as Ciências Religiosas de Bolonha.
Um dos maiores desafios de nossa evangelização reside na forma como se dá o encontro da Igreja com os povos indígenas. Paulo Suess, que trabalhou entre os indígenas, nos faz refletir acerca da Alteridade, Integração e Resistência, numa perspectiva de libertação.
Francisco de Assis Correia abre um espaço importante ao pluralismo teológico quando procura situar as várias tendências do pensamento atual dentro do Cristianismo.
Frei Bernardino Leers retoma um tema clássico, aquele da relação entre os moralistas e o Magistério. Recoloca a questão face às novas indagações que as ciências apresentam e postula grande criatividade por parte dos moralistas até numa perspectiva de ajuda ao Magistério.
Em 1981 Hernando Guevara apresentou no Instituto Bíblico de Roma uma alentada tese sobre a resistência judia contra Roma na época de Jesus, centrada especialmente no movimento zelota. O autor revê as concepções tradicionais. Apresentamos aqui um resumo de sua tese.
Não queremos deixar de enfatizar a importância da secção Estudos Bíblicos. Desta vez se trata de uma questão metodológica, cara aos que trabalham com círculos bíblicos e que se movem na atmosfera da teologia da libertação. Todo o número aborda um método, entre outros legítimos, de entender os textos sagrados, à luz das condições reais da vida do Povo de Deus e dos hagiógrafos e em atenção também às nossas condições reais de vida, como leitores.
Que o Espírito alimente a fé de todos, da qual renasce dia a dia a Igreja.
Frei Gentil Titton, O.F.M.
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