v. 46 n. 184 (1986): A Proposta de uma Comunidade Fraternal
Também em nossos dias a relação entre Boa-Nova e cultura se reafirma, dialeticamente, ora como motivo de celebração, ora como objeto e ponto de partida de indagação teológica.
Neste sentido, D. Valfredo Tepe nos ajuda a relacionar manifestações culturais, particularmente latino-americanas, com o Evangelho: em nossa pluriforme e constante evolução cultural a Boa-Nova se nos apresenta como permanente fermento. Por isso, a contribuição de D. Valfredo se caracteriza por sua permanente atualidade e pertinência pastoral.
A Palavra-proposta de Deus e a palavra-resposta do homem se encontram culturalmente codificadas na SE e se apresentam qual perene fonte de inspiração. A sede pela água desta fonte é sentida, em nosso meio, de modo particular nas CEBs. Henri D'Aviau de Ternay e Lúcia Weiler oferecem-nos um instrumentário, elaborado a partir de experiência eclesial, que muito nos pode auxiliar na leitura dos textos sagrados.
Fr. J. P. Barruel de Lagenest, através de relatório apresentado à Comissão dos Direitos Humanos da ONU, chama nossa atenção para um fenômeno de exploração do homem pelo homem, na AL: a prostituição e o lenocínio — um desafio à consciência humana e cristã.
A partir do horizonte das CEBs e no intuito de abrir perspectivas, Francisco Cartaxo Rolim interroga Max Weber a respeito do que ele entendeu por “comunidade fraternal”.
Fr. Alberto Beckhäuser, partindo de difusa insatisfação oriunda de certa desarmonia advertida entre CF e contexto litúrgico quaresmal, nos aponta alguns passos já dados e nos sugere critérios no sentido de se alcançar uma integração mais compreensível entre CF e Quaresma.
Dentre as “Comunicações”, tomamos a liberdade de realçar o balanço da atual política indigenista brasileira, elaborado pelo Secretariado Nacional do CIMI; o levantamento de perspectivas teológicas do Terceiro Mundo, de Fr. Leonardo Boff; e as considerações de F. C. Rolim a propósito de artigo publicado pela Revista “30 Giorni”, sob o título de “O avanço das seitas”.
Exprimimos nossa confiança de que também os leitores da REB, em sua reflexão e prática pastoral, possam tirar proveito da diversificada possibilidade de partilha que nos è apresentada. Que o Deus-Menino a todos agracie com seu permanente natal e, em relação a nossos irmãos, nos inspire o mesmo amor que nos demonstrou ao assumir a condição humana.
Frei Elói D. Piva