v. 49 n. 194 (1989): Neoconservadorismo pós-Puebla

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Voltamos a apresentar algumas reflexões que nos parecem relevantes a partir da atividade teológico-pastoral em nosso contexto sócio-eclesial. Em geral, procuram detectar, qualificar e apresentar a significação latente em realizações históricas.

Francisco Cartaxo Rolim toma como objeto de análise publicações jornalísticas de caráter teológico-eclesial, no Brasil, veiculadas na chamada “grande imprensa” entre os anos de 1980 e 1986 e pouco simpatizantes em relação à Teologia da Libertação. Procura surpreender o sentido ou a perspectiva em seu discurso, bem como conexões e interesses a que os autores, conscientemente ou não, se filiam. Sua análise e conclusão, pertinentes, nos podem ajudar no discernimento da marca do produto e, portanto, na qualificação de opções teológico-pastorais.

Aidéticos, sinal de nossos tempos, apelo e desafio ético-pastoral aos homens de hoje, particularmente aos cristãos! Mas, para responder adequadamente é preciso também situar-se do melhor modo possível em relação ao fenômeno. Por isso, Antônio Moser, nesta segunda parte de seu estudo, nos apresenta alguns critérios, visando uma atuação pastoral lúcida e evangelicamente aceitável.

Uma das características mais salientes da autoconsciência da Igreja na América Latina nos nossos tempos está relacionada à experiência das CEBs. Se este é um modo evangélico de ser Igreja, nele serão constatadas as características gerais desta mesma Igreja: una, santa, católica e apostólica. O esforço de Pedro Carlos Cipolini se orienta no sentido de evidenciar esta relação, propondo ainda uma alteração na ordem das referidas notas características: apostólica, santa, una e católica:

Distinções correntes, tais como “Igreja-Estado”, “sagrado-profano “Política-política partidária”, podem parecer conceitos bem definidos e de meridiana aplicação. No entanto, Severino Vicente da Silva, ao analisar o papel dos católicos da Arquidiocese de Olinda e Recife no tocante a eelições, nos mostra como, em nome de determinadas concepções ideológicas ou de outros pressupostos, aconteceram interferências e, portanto, conflitos de múltiplos aspectos. Tratar-se de uma amostragem: distinções conceituais lógicas são relativas.

A figura de João Crisóstomo, humana e evangélica, nos é apresentada por Leonardo Meulenberg. A retidão moral e a opção libertadora em favor dos menos favorecidos por parte deste homem podem nos servir de modelo e nos confirmar na Tradição dos que traduziram em sua vida a causa do Reino.

Por fim, dois destaques: a avaliação critica de José Ariovaldo da Silva do recente Diretório da Sagrada Congregação para o Culto Divino, na tentativa de interpretá-lo a partir de nosso contexto sócio-eclesial; e, na secção de Documentação, por seu conteúdo e ocasião, o documento da 27a Assembléia da CNBB: “Exigências éticas da ordem democrática”.

Fr. Elói Dionísio Piva

Redator

Publicado: 2021-10-06