v. 50 n. 197 (1990): Conscientização Libertadora

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Leitor amigo, a REB, ciente de se constituir num veículo que possibilita partilha de reflexão e informação teológico-pastoral, apresenta-lhe alguns ensaios que testemunham o fermento do Reino em ação e que, por isso, podem alimentar a esperança.

Nilo Agostini fala de “consciência e conscientização”. Deseja identificar as bases do potencial eticamente inovador de tomadas de consciência, também em relação a algumas ciladas em que pode se emaranhar o processo de conscientização. Consequentemente, a pessoa amadurecida, em termos de discernimento ético, é uma pessoa ornada com senso de responsabilidade e graça libertadora.

Márcio Fabri dos Anjos, partindo do convite mais urgente que nos é feito hoje na América Latina e da resposta/conversão a este mesmo convite, discorre sobre as consequências desta conversão ao pobre. Caracteriza-a como manifestação de sensibilidade, expressão de um "coração de carne" que, percorrendo, eventualmente, as etapas do estar para o pobre, com ele e do ser como ele, entra na ótica da comunhão e da partilha e abraça a causa do mesmo pobre. Então, para o teólogo moralista, mas não só para ele, se apresenta o desafio e a ventura de elaborar uma teologia moral correspondente à irrupção deste lugar teológico.

Por seu turno, José Comblin convida-o a seguir o debate teológico que, em vista da IV assembléia do CELAM, se entabula na América Latina. Ao analisar a 1o redação do documento de consulta (redação/documento hoje já substituída/o), informa e democratiza o debate acerca do relevante momento em termos pastorais que se espera seja aquela assembléia. O comunicado de Clodovis Boff ajuda na composição deste quadro de análise.

Leonardo Boff pode elucidar uma questão que, possivelmente, paira em muitas mentes: a da relação entre a implosão do socialismo histórico real, do Leste Europeu e a causa do Reino que empenha, historicamente, cristãos situados na América Latina e no 3o mundo em geral. Veja também a comunicação de Frei Betto a respeito.

E a participação dos leigos nas decisões da Igreja? Como foi vista e determinada pelas grandes assembléias dos Concílios Vaticano I e II? Antônio da Silva Pereira é quem lhe vai responder. As conclusões para os casos mais específicos decorrem espontaneamente.

Informes sobre edições da Bíblia no Brasil, bem como sobre algumas iniciativas pastorais neste campo é Airton José da Silva quem os fornece. Mais ainda, pressupondo a fecunda vitalidade da Palavra, discorre ele sobre o como, o por que e o para que a Bíblia é lida hoje entre os católicos no Brasil. A comunicação de José Batista da Silva serve de ilustração.

Um assunto delicado — o do celibato dos presbíteros e dos bispos — relacionado com o próximo sínodo dos bispos sobre a formação presbiteral, é tratado com equilíbrio por Antônio José de Almeida. Celibato, sim; lei eclesiástica do celibato, uma questão.

A redação deseja e nutre a esperança de que estes ensaios lhe sejam de proveito em sua atividade teológico-pastoral.

Frei Elói Dionisio Piva

Redator

Publicado: 2021-09-30