v. 52 n. 208 (1992): Culturas oprimidas e evangelização
Editorial
A aurora, uma vez mais, anuncia o raiar de um novo dia e é com prazer, pois, que retomamos esta forma de contato com você, cara leitora e caro leitor da REB.
Como você já percebeu, principalmente a partir do fascículo 207, esta revista vem apresentando algumas modificações formais. Elas acontecem em função do processo de informatização e da atenção que a Redação procura cultivar em relação a seus leitores. Acontece ainda em decorrência da vitalidade e dos consequentes contrastes vividos ou experimentados no interior da própria Igreja, aliás, uma constante em sua inserção e peregrinação neste mundo.
Talvez o que mais tenha chamado a atenção se relacione ao editor: antes, a Editora Vozes; agora, a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Trata-se de uma clarificação, de uma melhor definição, em termos jurídico-canônicos, da praxe já seguida no passado em relação à revista, uma vez que, como instância maior, sempre foi a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil a entidade responsável, inclusive pela Editora Vozes. Consequentemente, quanto à orientação editorial, a REB continua mantendo sua identidade eclesiástica e eclesial já bem conhecida, espelhando, por um lado, a evolução dos acentos pastorais e teológicos da Igreja, particularmente no Brasil e na América Latina, e, por outro, procurando manter espírito crítico e criativo em relação a todas as formas de estratificação do ministério pastoral e do pensamento teológico. Contudo, para garantir e aprimorar esta identidade, a REB procura insistir mais no caminho da gestão participativa. Demonstra-o a constituição de dois Conselhos – o Editorial e o Consultivo –, relativamente abertos em termos de número e pessoas. Cada Conselho tem corresponsabilidades específicas: o primeiro, junto com o Redator, as de gerir a revista, particularmente no que se refere à sua linha editorial; o segundo, reforçando a eclesialidade, as de auxiliar o primeiro, através de suas observações e sugestões. Em síntese, todas estas modificações visam tão-somente incrementar e aprimorar a comunhão do ministério pastoral-teológico com que pretendemos contribuir para o anúncio do Evangelho no aqui e no agora de nossa história.
Com isso, cara leitora e caro leitor, esta revista pretende se apresentar como um espaço suficientemente aberto, nos limites de sua identidade, a ponto de você poder considerá-la também sua. Por sua vez, a Redação deseja sentir-se à vontade e confiante para renovar-lhe o convite à participação, relatando sua experiência eclesial e/ou reelaborando, sempre de novo, o discurso teológico-pastoral.
Neste fascículo de dezembro você tem, como bloco central, a partir de vários ângulos, um apanhado da realização externa e das intuições básicas do VIII Encontro Intereclesial de CEBs, realizado de 8 a 12 de setembro em Santa Maria-RS. Junto com outros encontros eclesiais, como a IV Conferência do Episcopado Latino-americano em Santo Domingo e a Assembleia do Povo de Deus em Quito, o VIII Intereclesial contribui certamente para manifestar a diversidade da Igreja. Contribui, outrossim, para colher e explicitar as preocupações de base de cristãos em relação à encarnação de sua fé no nosso meio. Com isso, a Igreja se exercita na acolhida e na partilha da experiência de Deus feita por seus membros, pela qual se dá conta, constantemente, de seus pecados e da graça de ser sacramento de libertação histórica e definitiva.
Frei Elói Dionísio Piva
Redator