v. 56 n. 222 (1996): Pessoa, novo paradigma
A cada dia que passa as novas gerações descobrem maneiras inéditas de experimentar e de expressar a vida. Também as gerações mais calejadas, entre tristezas e alegrias, redescobrem novos e variados modos de aludir ao que não se alcança dizer com adequação. A penosidade e a ventura desta situação fazem sonhar com o livre vôo da plenitude da vida e perguntar: “quem és?”, “onde estás?”, “até quando?” E, pois, na materialidade da história que se interroga, é com esta materialidade que se exclama e é em comunhão com esta mesma materialidade que se sonha. Não raro, porém, na ilusão da felicidade ensaiam-se tentativas de eximir-se dos apelos da história. Situação de risco, conflitiva! Mas é na carnalidade deste contexto existencial que a Encarnação do Senhor, crucificado e ressuscitado, desafia e encanta.
A acolhida deste mistério, na liberdade do amor, acontece, pois, na materialidade de todas as coisas. No limite das definições concretas da vida encontra-se a liberdade do humor, do lúdico, da plenitude do ser humano. Quantas pessoas, de maneira concreta, epidérmica, lutam pela sobrevivência, pelo dia-a-dia da vida! Experimentam o pão das lágrimas e, no entanto, têm coragem, alegria e esperança em tudo o que fazem.
O convite para assumir, contínua e amorosamente, a história humana, é sempre criativo. Encanta e intriga. E que o enigma da pessoa humana nunca se esgota, seja na compreensão que dela se tem, seja no discurso que expressa esta compreensão. O fascínio e a interrogação, propriedades da própria pessoa humana, sempre podem redescobrir novas facetas, repletas de consequências práticas. Leia o artigo de Alfonso Garcia Rubio a respeito.
Estamos hoje diante de novos horizontes de compreensão humana e que expressam a busca e a experiência de Deus de maneira igualmente nova. Como, porém, avaliar experiência e linguagem, relacionando-as com tentativas semelhantes, feitas no pas¬sado? Luiz Carlos Susin vai ajudá-lo/a neste discernimento.
Em que condições e perspectivas se procura hoje o pão-nosso-de-cada-dia? Continue verificando isto com Franz J. Hinkelammert.
Amparados pela ascensão social da mulher, novos acentos teológicos são coloca-dos e uma nova linguagem os expressa. Confira isto com Maria Clara Lucchetti Bingemer.
Quais são as coordenadas históricas da mensagem da Mãe Aparecida? Converse com Ivanir Antônio Rodighero para recordar.
Enfim, se, por um lado o convite é para abraçar a história onde acontece a vida, por outro, o mesmo convite é também para se viver de outros horizontes que não o da história... Acompanhe com Waldemar Valle Martins o que Agostinho tem a dizer a propósito.
Elói Dionísio Piva, ofm
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