O Magnificat em perspectiva sinodal

Um canto feminino de libertação

Autores

  • Ivenise Teresinha Gonzaga Santinon PUC CAMPINAS
  • Robert Donizeti Landgraf

DOI:

https://doi.org/10.29386/reb.v85i330.5873

Resumo

A presente pesquisa busca refletir sobre o cântico do Magnificat, em perspectiva feminina e libertadora, com o objetivo de descobrir sua contribuição à práxis pastoral na Igreja sinodal. O Cântico de Maria de Nazaré é uma automariologia e primeiro resultado de sua meditação sobre eventos que a envolveram histórica e intimamente. A jovem de Nazaré compreende que irrompeu em seu ventre o princípio da santidade e da libertação, se enche da coragem feminina e entoa o cântico profético neotestamentário de libertação pessoal, social, moral, religiosa, econômica e ecológica. Torna-se assim um apoio para todas as mulheres católicas que lutam contra uma estrutura machista e clericalista dentro da hierarquia da Igreja que as coloca em posição de subordinadas, privando-as de uma plena participação no governo e no ministério da Igreja. Sua alegria não é vazia e se expressa hoje na sinodalidade proposta por Francisco. Tem motivos de exaltação messiânico-feminista e revolucionária, pois, em uma sociedade e Igreja patriarcais e androcêntricas, Deus torna uma mulher cooperadora da salvação. Maria pode ajudar na reflexão sobre o papel indispensável das mulheres em uma eclesiologia sinodal e menos hierarquizada.

Abstract: This research aims to reflect on the canticle Magnificat through a feminine, liberating perspective with the goal of unearthing its contribution to pastoral praxis in the synodal Church. Mary of Nazareth’s Canticle is a selfmariology and first result of her meditation on events that she was historically and intimately part of. The maiden from Nazareth knows that in her womb was formed the principle of sanctity and liberation, is filled with female courage, and sings the prophetic New Testament canticle of personal, social, moral, religious, economic, and ecologic liberation. With that, she becomes a backing for catholic women who fight against a sexist and clericalist structure inside the Church’s hierarchy, which places them in a position of subordination and deprives them full participation in the Church’s government and ministry. Her joy is not empty and expresses itself today in the synodality proposed by Francis. It has motives of messianic-feminist and revolutionary exaltation, as, in patriarchal and androcentric society and Church, God makes a woman a cooperator of salvation. Mary can help reflect on the indispensable role of women in a less hierarchical, synodal ecclesiology.

Keywords: Magnificat; Mary; Woman; Synodality; Liberation.

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Biografia do Autor

Ivenise Teresinha Gonzaga Santinon, PUC CAMPINAS

Professora na Faculdade de Teologia na PUC-Campinas; Graduação e Mestrado em Teologia-PUCSP; Doutorado em Ciências da Religião-UMESP.

Robert Donizeti Landgraf

Presbítero da Diocese de Limeira; Graduação em Filosofia e Teologia e Mestrado em Ciências da Religião pela PUC-Campinas. Doutorando em Teologia-PUCSP.

Referências

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Publicado

2025-05-16

Como Citar

Santinon, I. T. G., & Landgraf, R. D. (2025). O Magnificat em perspectiva sinodal: Um canto feminino de libertação. Revista Eclesiástica Brasileira, 85(330), 110–126. https://doi.org/10.29386/reb.v85i330.5873